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Como o tereré virou símbolo de integração entre Brasil e Paraguai

  • MaisChá.com.br
  • 2 de set.
  • 2 min de leitura

Atualizado: há 2 horas

Na fronteira entre Ponta Porã e Pedro Juan Caballero, há um costume que dispensa passaporte, carimbo e alfândega: o tereré. Seja servido em cuias de madeira, em copos térmicos modernos ou na tradicional guampa com bombilla de alumínio, o ritual é sempre o mesmo, uma roda de amigos, a erva-mate bem verdinha e a água gelada que passa de mão em mão.


Mais do que refrescar no calorão da fronteira, o tereré virou uma marca cultural que conecta brasileiros e paraguaios em uma só identidade.


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O que representa o tereré na vida fronteiriça?

Quem vive aqui sabe: não existe hora errada para tomar um bom tereré. Nas calçadas das casas, nas praças, nas universidades, em frente às lojas de Pedro Juan ou nos ranchos de Ponta Porã, o som do gelo tilintando no copo é convite imediato para a conversa.


O tereré é sinônimo de hospitalidade. É a bebida que aproxima vizinhos, comerciantes e estudantes que cruzam a linha internacional diariamente. Para muitos, é o primeiro gesto de amizade: “Vem, toma um tereré”.


Raízes paraguaias, coração fronteiriço

Originário do Paraguai, o tereré ganhou status de patrimônio cultural imaterial do país em 2011. Mas aqui na fronteira, ele transcendeu limites. Foi adotado pelos brasileiros com naturalidade e orgulho, tornando-se parte da rotina de quem vive esse espaço binacional.


Em Ponta Porã, famílias já passam a tradição de geração em geração, misturando erva com hortelã, boldo, camomila ou até limão. Do lado paraguaio, ervarias se multiplicam, oferecendo blends que conquistam tanto moradores locais quanto turistas que querem levar um pedaço da fronteira na bagagem.


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Mais que tradição, um símbolo de orgulho

Hoje, o tereré é parte da identidade local. É comum ver jovens com garrafas térmicas estilizadas, estampadas com brasões do Santos, do Cerro, do Flamengo ou do Olimpia. Cada um imprime sua personalidade, mas a essência é a mesma: o mate gelado que une fronteiras.


Na Av. Internacional, que separa e ao mesmo tempo conecta os dois países, a cena é cotidiana: rodas de tereré onde não se sabe mais quem é brasileiro ou paraguaio — e nem importa. O que importa é a integração, celebrada em goles.


O tereré é mais que refresco: é símbolo vivo de amizade, cultura e união. Na fronteira, é o que chamamos de passaporte líquido — aquele que não precisa de carimbo, mas que carrega em cada gole o orgulho de viver entre dois mundos.

 
 
 

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